As doenças neurológicas nos pets demandam de uma atenção especial, sendo necessário um diagnóstico correto e acompanhamento do médico veterinário para que o animal tenha uma melhor qualidade de vida.
Saiba quais são os principais sinais clínicos que os cães com epilepsia podem apresentar e o que fazer em casos de crises para ajudar o pet!
O que é a epilepsia canina?
A epilepsia canina é um distúrbio neurológico que causa episódios convulsivos no animal. A doença geralmente é crônica e congênita (sendo a forma idiopática da afecção, sem uma causa específica), mas pode ocorrer também por outras causas primárias, como comorbidades, intoxicações ou alterações estruturais causadas por lesões. A origem do problema irá auxiliar na determinação da melhor conduta médica para tratamento.
Principais sinais clínicos em um cão epiléptico
O cão com epilepsia provavelmente irá apresentar quadros de convulsão, que podem inclusive acontecer com uma frequência elevada ou com longa duração, demandando de suporte do médico veterinário e orientação dos tutores para suporte também em casa.
O reconhecimento do quadro convulsivo é essencial para proporcionar o suporte rápido e mais adequado ao pet. Portanto, o tutor deve estar atento a possíveis sinais que possam demonstrar alterações neurológicas no pet.
Como identificar uma convulsão em um cachorro:
Como citado acima, pode ocorrer de diversas formas. Na forma mais comum do quadro, ocorre geralmente:
- Queda/decúbito lateral, fazendo com que o animal fique deitado de lado.
- Membros esticados e rígidos, acometendo geralmente todas as patas.
- Presença de tremores e movimentos de pedalada com as patas
- Salivação excessiva.
- Olhar fixo para algum lugar.
- Entre outros.
Os animais também podem apresentar o que chamamos de convulsão focal, que é caracterizada por uma alteração menos evidente. Por exemplo, o pet pode olhar para um local fixo e fazer movimentos com a boca como se estivesse “caçando mosquitos”, mas sem apresentar outros sinais. Portanto, qualquer alteração, mesmo parecendo apenas comportamental, deve ser investigada pelo médico veterinário!
Como diagnosticar a epilepsia canina?
Assim como em todas as outras doenças que afetam os pets, o diagnóstico da epilepsia canina irá começar dentro do consultório veterinário. Lá serão realizados exames físicos, que junto com os dados coletados na anamnese irão complementar as possibilidades diagnósticas levantadas pelo profissional.
O exame físico será composto por diversas técnicas de avaliação, como por exemplo o exame de postura, exame de marcha, exame dos nervos cranianos e etc. Além disso, serão realizados exames complementares para que o diagnóstico seja fechado com precisão. É importante lembrar que cada doença neurológica deve ter seu tratamento adequado, sendo imprescindível realizar todos os exames solicitados pelo médico veterinário para que o pet tenha um suporte adequado.
Vale ressaltar também a importância do acompanhamento e tratamento com equipe multidisciplinar, sempre com a presença do especialista, que no caso é o veterinário especializado em neurologia.
Exames de imagem
Os exames de imagem são fundamentais em diversas áreas e na neurologia não é diferente! No caso de cães com epilepsia, provavelmente será solicitada uma ressonância magnética.
A ressonância magnética é o exame de imagem de eleição para avaliar as estruturas anatômicas do cérebro, assim como a medula espinhal e o crânio. Antigamente o acesso ao equipamento que realiza o exame de ressonância magnética era muito limitado na medicina veterinária, em virtude do custo muito elevado. Porém, com os avanços da área já é uma realidade comum, principalmente em grandes centros urbanos.
O exame deve ser realizado sob sedação, para que o pet permaneça quieto durante a sua realização. Portanto, é importante realizar exames de check up como hemograma, avaliação renal e hepática, além de exames cardiológicos, para proporcionar maior segurança na realização do procedimento.
Outros exames de imagem poderão ser solicitados caso o veterinário julgue necessário.
Outros exames
Exames de sangue e outros, como a análise do líquido cefalorraquidiano (líquor), também poderão ser solicitados caso o neurologista julgue necessário.
Epilepsia canina: existe tratamento?
Por se tratar de uma doença geralmente crônica e congênita, o tratamento consiste em controlar as crises, reduzindo os episódios e a duração dos mesmos. Este controle é feito de acordo com cada caso, após a avaliação individualizada do paciente, visando proporcionar tratamento direcionado à sua necessidade.
Desta forma, o tratamento em casa poderá ser feito através da administração de medicamentos. Os animais ainda podem ter o tratamento medicamentoso associado a outros tipos, como a medicina integrativa, que está em constante crescimento e cada vez mais trazendo excelentes opções para a saúde dos pets!
Vale lembrar que animais em crises mais graves, como por exemplo aqueles que apresentam duas ou mais crises em um curto intervalo de tempo (como por exemplo em um único dia) ou que tenham um único episódio, mas com longa duração (como por exemplo acima de 2 minutos), devem ser imediatamente levados para atendimento veterinário.
Geralmente o quadro é controlado com sucesso através das medicações. Porém, o grande perigo de quadros prolongados ou constantes de convulsões é que podem haver lesões encefálicas em determinadas regiões do cérebro e que podem trazer graves consequências à vida do pet, podendo até mesmo evoluir para óbito. Em alguns casos poderá ser recomendado que o pet fique por um período internado para melhor controle das crises.
A importância do acompanhamento especializado
Como vimos ao longo do texto, quadros neurológicos podem representar um grande desafio, já que possuem diversas causas e níveis de gravidade. Portanto, para um diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequados, recomenda-se que o pet seja avaliado por um médico veterinário neurologista. O profissional será capaz de avaliar e traçar as melhores recomendações para o pet.
Além disso, recomenda-se que o proprietário siga atentamente as recomendações de dose e frequência das medicações e, após iniciado o tratamento, o mesmo faça os devidos retornos e consultas de check-up de acordo com a frequência solicitada pelo profissional que acompanha o caso.